Dilma sobre impeachment: "A mim não atemorizam"
Presidente deu entrevista a jornal mexicano e disse que discussão tem viés de arma política
"A Petrobras tem 90 mil funcionários, quatro funcionários foram e estão sendo acusados de corrupção. Ninguém pode falar antes de ser condenado, mas todos os indícios são no sentido de que são responsáveis pelo processo de corrupção".
Os quatro acusados a quem ela se refere são os ex-diretores Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque, e o ex-gerente Pedro Barusco.
Em âmbito internacional, Dilma defendeu o financiamento do BNDES na construção do Porto de Mariel, em Cuba, e ponderou haver "certo exagero" na análise de que há um quadro de instabilidade em governos da América do Sul.
"Eu não acredito que a democracia engendre situações de paz dos cemitérios. A democracia engendra manifestações de rua, reivindicações, expressão de descontentamento. E nós, na América Latina, temos de cuidar muito, porque a raiz golpista sempre perpassa a cultura política dos países. Não dominantemente mais. Não, eu não acredito nisso".
Dilma foi questionada ainda sobre a política na América Latina, a recente aproximação entre Estados Unidos e Cuba e as denúncias de espionagem da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) contra o governo brasileiro. Para a presidente, esse tema "está concluído".
"O presidente Obama (...) abriu um processo de discussão em que eles tiraram várias resoluções. Entre essas resoluções, eles tiraram uma resolução de que não tem cabimento espionar países amigos, não é? (...) No marco do que eles fizeram, eles nos responderam".
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