O extensionista rural




No dia dedicado ao extensionista rural(06 de dezembro), me peguei pensando durante os longos anos da década de 1980, quando recém-formado em Tecnologia em Heveicultura pela Universidade Federal do Acre, tive que enviar meu currículo para outros estados do Brasil, uma vez, que no Acre, maior produtor gumífero não havia emprego na área. Naquele tempo já era assim.

Fui chamado pela então Emater-Amazonas, hoje Idam, e a partir dali, depois de me submeter a alguns cursos complementares, efetivamente entrei no Serviço de Extensão Rural. Diga-se de passagem naquela época era um bom salário e o estado do Amazonas vivia uma espécie de ápice do Programa da Borracha.

Não era moleza o trabalho muito embora prazeroso. Por melhor que fosse o extensionista, apenas os figurões apareciam nos momentos das homenagens. Subíamos rios dias e dias chegando aos mais longínquos lugares levando a informação, a assistência técnica, as novas tecnologias e fazendo verdadeiramente extensão rural.

A vida era dura. Andava-se de barco e percorria-se trechos enormes a pé até chegar a última família da comunidade. Era assim comigo e com todos os outros extensionsistas. Viagens que duravam de cinco a dez dias em um barco que navegava dia e noite pelo rio Amazonas e igarapés.

Lembro-me bem de encontrar produtores rurais dos altos rios sempre ouvindo os radialistas da rádio nacional, Edelson Moura e Márcia Ferreira. Peixe no médio amazonas nunca foi problema. Um pouco de peixe e farinha solucionava as questões.

O tempo passou, o programa da Borracha não foi o que se esperava e os extensionistas daquela época estão todos de cabelos grisalhos.

Hoje, quando se comemora o dia do Extensionista, me peguei pensando sobre essas questões nos momentos que antecederam o meu discurso na Aleac. Vi e pude abraçar homens e mulheres que fazem da extensão um sacerdócio. Profissionais que sem eles nenhuma política de produção agrícola chega a lugar nenhum.

Só me resta dizer, parabéns!

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