Coluna do Nelson Liano

Jogando contra o próprio patrimônio e marcando gol contra na ALEAC

Por Nelson Liano Jr.
 
Jamais um Governo do Acre teve uma base parlamentar tão forte quanto a atual na ALEAC. Mas por outro lado, jamais uma gestão teve essa mesma base tão desunida. Alguns pronunciamentos dos deputados governistas parecem mais de oposição. Claro que entendo que um bom deputado jamais poderá dizer amém para todas as ordens do comando geral. Mas o quê acontece na tribuna da Casa é gol contra todos os dias. Os campeões são os deputados Valter Prado (PROS), Luís Tchê (PDT) e Edvaldo Sousa (PSDC). Algumas vezes o deputado Moisés Diniz (PC do B) também faz aquelas “críticas construtivas” que são verdadeiros torpedos. Fora os silenciosos que ficam reclamando pelos corredores como os deputados Jonas Lima (PT) e Éber Machado (PSDC). Na minha avaliação isso reflete a falta de uma liderança política para afinar os discursos e aplainar as contradições.
Independência saudável

Por outro lado, acredito que quanto mais independente for o legislativo mais fortalecida fica a democracia. Se as críticas dos governistas fossem melhor assimiladas pela gestão estadual haveria crescimento para todos.
Do lado certo

Nesta quarta, dia 28, perguntei ao deputado Edvaldo Sousa sobre essas contradições da base. Ele me respondeu: “Não sou nem de situação e nem de oposição. Estou do lado daqueles que me elegeram. É com eles o meu compromisso”.
Cobrança justa

Já o deputado Moisés Diniz questionou o projeto da Álcool Verde. Um investimento milionário do Governo que deveria significar combustível mais barato no Estado. Mas isso não acontece. E por que se calar?
Produção questionada

O deputado Tchê (PDT) também questionou o projeto da ZPE. Seria uma zona de produção e exportação. Alguns milhões foram gastos no espaço industrial em Senador Guiomard. Mas qual fábrica se instalou no local? Desde 2011 só existiram tentativas frustradas.
Logística complexa

Com o combustível e a energia mais caras do Brasil será difícil atrair indústrias de fora do Estado. Sem falar nas estradas do Acre, que por problemas de solo, não comportam os transportes de grandes tonelagens.
Liderança de campanha

O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT) vai entrar de cabeça nas eleições de 2014. Como coordenador dos candidatos da FPA, na Capital, vai ditar o tom dos proporcionais para conseguir os votos para os majoritários.
Afinando o time

No final da tarde dessa quarta, dia 28, participou da primeira reunião com os candidatos a deputados estaduais e federais da FPA. Já foram definidas datas de algumas ações em Rio Branco. Marcus está empolgado com a nova missão política.
Frustrações a parte

A própria função dada ao prefeito da Capital tira qualquer possibilidade de apoios específicos para candidaturas proporcionais. Como coordenador da campanha não poderá privilegiar um ou outro. Todos terão tratamentos iguais.
Prova dos 9

Marcus terá a oportunidade de mostrar o quanto cresceu politicamente depois da sua própria eleição. E o resultado das suas andanças pelos bairros da cidade. Se souber conduzir bem o processo sairá fortalecido politicamente.
Nem tudo são flores

Mas Marcus que se prepare para enfrentar resistências internas. Na hora que o jogo esquentar as tendências do PT irão querer prevalecer. Então velhas lideranças vão aparecer para dar os tradicionais “pitacos” que beneficiam candidatos das suas preferências.
Apitos milagrosos

As mais recentes entrevistas do secretário de segurança Reni Groebner foram risíveis. Atribuir aos apitos e outras ferramentas “comunitárias” a diminuição da criminalidade no Estado em 15 dias só pode ser piada. E de mau gosto…
Blindado

Um secretário da atual gestão me confidenciou que problemas sérios que acontecem no dia-a-dia não chegam ao governador Tião Viana (PT). Só elogiar e querer agradar acaba sendo prejudicial para o próprio gestor que concorre à reeleição.
Patrulha ideológica

Foi só o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB) lançar a sua esposa, deputada Antônia Sales (PMDB), a vice de Márcio Bittar (PSDB) que começou a “pancadaria” nas redes sociais. Tem gente que prefere os ataques à honra do que o debate saudável da democracia. Lamentável…
Tiro pela culatra

Esse comportamento dos “francos atiradores”, a maioria beneficiados de alguma maneira pela atual gestão, cria um efeito contrário ao pretendido. Não existe nada melhor eleitoralmente do que a vitimização.
Exemplo

A candidatura a vice da FPA de Nazaré Araújo (PT) foi recebida com tranquilidade pela oposição. Por que o mesmo não aconteceu com Antônia Sales (PMDB)? O debate político de projetos é saudável já o ataque gratuito é um câncer para a democracia.
Falta comando?

Fico a imaginar se as pessoas que fazem a coordenação de comunicação da campanha da FPA acham esse tipo de comportamento “agressivo” louvável. Ou mesmo se há uma orientação para esse tipo de embate. O fato é que essa pancadaria não acrescenta nada ao processo eleitoral do Estado.
Contrapondo a lógica eleitoral

Já participei de dezenas de campanhas políticas em diversos lugares do Brasil como jornalista ou como redator de publicidade. Sempre quem está no “poder” tem a tendência de ignorar os ataques dos adversários. As vantagens são enormes para quem detém a máquina. Enquanto a oposição grita, quem está na gestão pode solucionar imediatamente um problema. Mas no Acre não é isso que estou vendo. Tanto em palanques de inaugurações de obras quanto na imprensa governista e nas redes sociais vejo ataques virulentos contra a oposição. Quem está nivelando as forças políticas e tornando a eleição uma das mais difíceis da história do Acre é exatamente quem está no poder. Mas como vivemos numa democracia e cada ser humano tem seu o livre arbítrio cada um escolhe o caminho que quiser. Só não vale depois chorar pelo leite derramado.


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