A
mudança de visual do Caladinho
Não tinha ruas, a entrada se
dava por meio de uma trilha que levava os moradores a outras trilhas dentro da
ocupação irregular. Vi a pobreza, a miséria e o abandono saltar aos olhos
daquelas pessoas.
Na verdade, sobreviviam,
quase sempre morando em pequenos casebres feitos com papelão, restos de madeira
e cobertos com um plástico preto.
Por ocasião da reportagem
entrei em um desses casebres medindo no máximo 14 metros quadrados e lá dentro
estavam uma senhora e seus quatro filhos. Estavam ali porque era o único lugar
que tinham para se abrigar. O calor era insuportável.
Depois dessa reportagem,
sempre que possível ia verificar as condições das pessoas, dialogar e saber dos
seus dramas, dos seus dilemas.
O tempo passou. Fui eleito
deputado estadual e junto ao governador Tião Viana recebi dele a garantia que a
área seria desapropriada e legalizada. Foi um longo trabalho. A promessa foi
cumprida e hoje o bairro Caladinho está completamente legalizado. Quem mora lá
é dono do seu lote, de sua casa.
Recebi também a garantia de
que o bairro receberia mais benfeitorias, mesmo num período de vacas magras.
Estive reunido com
secretários, diretores de empresas, e chegamos a conclusão que todo o trabalho
de esgotamento sanitário deveria ser priorizado. É evidente que posteriormente
os serviços de terraplanagem serão realizados.
Estou feliz. Voltei ao
Caladinho ontem à tarde e as condições melhoraram. É bem verdade que tem que
melhorar ainda mais. Porém, fazendo um retrospecto, chega-se a conclusão que o
bairro teve avanços consideráveis e melhorias significativas.
Conversei com os moradores
de lá. Sempre simpáticos. Os mais antigos sempre relembram da primeira vez que andei por aqueles
caminhos mostrando a realidade nua e crua de um a invasão que não tinha nenhuma
perspectiva para os seus moradores.
Os tempos mudaram e a vida
de muitas pessoas do Caladinho também.
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