Os 11 mil demitidos pelo STF e a hipocrisia

Demorou mais a bomba explodiu no colo do governo do Estado e principalmente no seio da família de trabalhadores acrianos que foram admitidos sem concurso público   desde 1983, de acordo com a decisão exarada pelo Ministro Dias Toffoli, que foi uma indicação petista.

Não sou daqueles que  torce pelo pior e coloca  sob suspeição a competência de pessoas que há anos prestam seus serviços ao Estado do Acre.

Ainda acredito numa saída menos drástica e que deve ser buscada pelo Governo do Estado.

Segundo a Constituição Federal todos aqueles contratados sem concurso  público após 1988 devem ser demitidos. Mas existe um porém. A mesma Constituição afirma que só são estáveis os servidores que na época tinham cinco anos de serviço antes da promulgação.

Em outras palavras, se não for buscada uma saída jurídica, todos os servidores contratados sem concurso público desde 1983 deverão ser demitidos.Pelo menos é o que se entende do voto dado por Dias Toffoli.

Fico pensando na quebradeira geral que vai ser esse Estado, fico pensando naqueles que tem empréstimos consignados, fico pensando naqueles que tem mais de 50 anos, fico pensando naqueles que só tem esse emprego para a mantença da família, fico pensando no caos que vai se instalar.

Nessa história nenhum político deve posar de salvador da pátria. Nenhum político deve ter a cara de pau de dizer que vai defender os servidores, nenhum político deve posar de herói e de vilão.

A obrigação  é de todos. De todos aqueles que tem mandato outorgado  pelo povo do Acre, de lutar, dialogar, e buscar uma saída honrosa.

Esse fato não deve servir para a promoção pessoal de quem quer que seja. Não deve servir de holofote para aqueles ávidos pelas luzes das televisões.

O povo não quer saber disso. Os servidores querem uma solução. Uma solução que os tire dessa situação.

Caso isso não aconteça serão mais 11 mil famílias que deverão ser incluídas nos Programas Sociais da vida custeados pelo governo Federal. Programas que rendem voto e muita conversa para quem tem a cara deslavada de usar da pobreza e da miséria como instrumento para angariar votos.

Edvaldo Souza

Jornalista, engenheiro, Bacharel em Direito e deputado Estadual.

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