Fiquei pensando em um cidadão que conheci essa semana quando
das minhas andanças. Há dias eu tinha visto um pequeno barraco coberto com
plástico as margens do rio acre e estranhei tal situação pois ao lado se
encontrava fora d’água uma pequena embarcação.
Resolvi ir lá. Desci o barranco da Gameleira, bem ali perto
do bar do Gracil e resolvi pedir informações a respeito do homem do barco.

Conversei com o borracheiro, descemos o barranco e fomos até
o homem solitário. Perguntei de quem se
tratava, de onde vinha, perguntei pela família, como ele chegou até ali, enfim,
perguntas que qualquer repórter mediano faz.
O solitário é o senhor Nelson Aloísio Krauser, como ele bem
fez questão de afirmar. Disse que o pequeno barco naufragou na volta da
Gameleira e que estava tentando recuperá-lo pra poder tocar a vida.
Falava apressado, sotaque de sulista e cara de trabalhador.

Pedir a ele para fazer uma reportagem e de imediato concordou.
O que ouvi me cortou o coração. Morando debaixo de um dos bares da gameleira, o homem
solitário ainda se alimenta porque o borracheiro Zinho dentro da sua humildade
ainda encontra um jeito de lhe alimentar todos os dias.
Tirei um grande exemplo do que vi. O exemplo da solidariedade
das pessoas humildes. O exemplo de quem
tem muito pouco, mas tem a coragem, a decência para repartir com o próximo.
Fiz a reportagem. Seu Nelson precisa de ajuda.
A humanidade, ao que parece, também precisa.
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