O São Francisco está agonizando

Muita mata, colônias onde os produtores cultivavam culturas de ciclo curto, caça à vontade e nas águas do igarapé são Francisco encontrávamos peixe à vontade.

Estou falando da década de setenta, quando ainda menino, meu falecido pai me levava para suas pescarias e quase sempre um saco de estopa voltava cheio de piaus, carás e outras espécies que por ali existiam.

Nesta terça-feira voltei as margens do igarapé São Francisco  numa localidade denominada Pantanal e o que  vi me deixou estarrecido. O igarapé são Francisco está morto e só falta ser sepultado. Águas fétidas, poluídas, muito lixo, restos de animais  e nenhum sinal de peixe nesta época do ano.

Por lá encontrei o seu Francisco que afirmou que durante o inverno sustenta sua família pescando e comendo os peixes das águas poluídas. catador de latas, seu Francisco não tem outra opção.

O que impressiona, é que sendo o Acre, uma espécie de modelo de preservação ambiental para o resto do mundo, seus mananciais pouco a pouco vão definhando e a médio prazo esses igarapés que cortam nossa cidade deixarão de existir.

É assim com o igarapé Batista no Calafate, com o Judia, com o igarapé que corta a Vila Acre e assim sucessivamente.

Falta uma política ambiental voltada efetivamente para a salvação de nossos igarapés que se transformaram em verdadeiros esgotos que deságuam no rio acre.

O professor Claudemir Mesquita, um estudioso de nossas bacias hidrográficas, vem alertando para esse problema a muitos anos sem que ninguém o ouça e tome providências.


Daqui a pouco relembraremos dos nossos igarapés apenas como cenas de nossa imaginação.

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